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Todos sabemos que a música brasileira é extremamente rica, mas as vezes deixamos de conhecer os excelentes instrumentistas nacionais. Pensando nisso, o professor Thiago Rojo preparou uma lista de 6 bateristas da música instrumental brasileira (MIB), que você precisa conhecer se quer tocar este estilo. Além dos bateristas, Thiago também indica um disco icônico de cada um, para escutar e conhecer a forma de tocar destes instrumentistas. Confira!
 

Milton Banana

Antonio de Souza, mais conhecido como Milton Banana foi um dos principais bateristas da bossa nova. Tocou com o João Gilberto no disco “Chega de Saudade”, álbum percussor da desse estilo. E depois gravou com grandes nomes da música brasileira como, Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra, Luis Bonfá, Roberto Menescal, entre outros.
Para quem toca samba é super interessante conhecer a condução em semi-colcheia, deste baterista. Milton Banana foi líder da banda “Milton Banana Trio”, o que era incomum na época, um baterista ser o “bandleader” de um grupo. Com esse trio ele gravou mais de 20 álbuns.
 

Disco: Milton Banana Trio (1965)
 

Edison Machado

Contemporâneo do Milton Banana, o Edison Machado já tem um estilo bem diferente de tocar. Ele foi responsável pela criação do “samba no prato”, que foi uma inovação no jeito de tocar bateria, mais baseado na rítmica do tamborim. Seu álbum “Edison Machado É Samba Novo” é referência até hoje para bateristas brasileiros. Edison tocava com  Tião Neto e Luís Carlos Vinhas no Bossa Três, e no sexteto liderado por Sérgio Mendes, importantes grupos da MIB. Em 1965 fundou o seu próprio grupo, o Rio 65 Trio.
 

Disco: Rio 65 Trio (1965)
 

Airto Moreira

O baterista Airto Moreira, participou de um dos discos mais icônicos da música instrumental brasileira, uma obra, o “Quarteto Novo”, que trouxe o baião e a música nordestina para a MIB. Os arranjos exuberantes e as sonoridades peculiares que eles encontram, tornam esse álbum essencial de se ouvir e muito instigante até hoje. Outro elemento bacana do disco, é trazer algumas composições em compassos irregulares, como a faixa “Misturada”, um samba em 7, composta pelo próprio Airto Moreira com o Geraldo Vandré.

Aliás este disco tem uma grande participação de Vandré nas composições, pois o quarteto novo, inicialmente era um trio, composto por Heraldo do Monte, Theo de Barros e o Airto, para acompanhar Vandré nas apresentações. Com a entrada do flautista e compositor Hermeto Pascoal, o trio se tornou, finalmente o Quarteto Novo.
 

Disco: Quarteto Novo (1967)
 

Robertinho Silva e Paulinho Braga

Estes dois excelentes bateristas estão juntos nesta lista por ambos terem participado do mesmo disco “O Milagre dos Peixes” de Milton Nascimento. O trabalho inicialmente não era para ser um álbum instrumental, mas como os censores da ditadura militar vetaram quase todas as letras de Milton, o compositor optou por lançar o disco mesmo assim, apenas a música, sem as letras. Sendo assim, o álbum é praticamente todo instrumental, com arranjos bem experimentais.

Robertinho Silva, foi um baterista que acompanhou o Milton Nascimento por 26 anos, e já gravou com grandes músicos nacionais e internacionais, como João Donato, Egberto Gismonti, Wayne Shorter, Sarah Vaughan, George Duke, Tom Jobim, Chico Buarque, Gilberto Gil, Toninho Horta, entre muitos outros.

Já o Paulinho Braga não tem um trabalho tão grande com música instrumental, mas tocou com muitos artistas importantes, por exemplo, com o Tom Jobim, inclusive no disco “Tom e Elis” de 1974. Ele revolucionou o modo de tocar bateria na época da bossa nova, ao começar a tocar com uma baqueta e uma vassourinha, possuindo uma técnica excelente.
 

Disco: Milagre dos Peixes (1973)
 

Realcino Lima – “Nenê”

Realcino Lima, mais conhecido como Nenê, é um baterista, ainda em atividade no Brasil. Tocou muitos anos com o Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Elis Regina, Tom Jobim, entre outros, e possui trabalhos como compositor também. Ele é extremamente importante para a música instrumental brasileira, pois adaptou muitos ritmos tradicionais do Brasil para a bateria e criou dois métodos, deixando essas adaptações documentadas.

Disco: Hermeto Pascoal Ao Vivo em Montreux (1979)

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