O “Jazz” é um estilo musical bastante consagrado. Tendo surgido nos Estados Unidos bem no início do século XX, o jazz se diversificou e é muito tocado até hoje por musicistas fenomenais. A origem do estilo se mescla um pouco com a do Blues, ocorrendo praticamente no mesmo tempo e espaço. O jazz surge em New Orleans e, assim como o blues, é desenvolvido pela comunidade negra, que incorpora diversas influências nessa nova música. São elas influências de música religiosa, como os spirituals, as canções de trabalho, o swing do ragtime, entre outros, como você pode conferir mais nessa palestra sobre a história do Jazz.
Durante o século, o Jazz se desenvolveu, se espalhou pelo mundo e se ramificou em diversas vertentes. Assim, criou-se um vasto universo musical. Se você está decidido a embarcar nessa viagem pelo mundo do jazz, mas não sabe por onde começar, confira a seleção que o nosso coordenador Caio Milan fez dos 5 discos de Jazz que você não pode deixar de ouvir:
5 discos de Jazz essenciais
Sonny Rollins – Saxophone Colossus (1956)
Saxophone Colossus é um álbum de hard bop que consolidou Sonny Rollins como uma das promessas do jazz. O saxofonista tinha apenas 25 anos quando gravou esse grande disco! Seu quarteto era formado por Tommy Flanagan (piano), Max Roach (bateria) e Doug Watkins (baixo).
Esse disco é uma marca definitiva na carreira do músico, por ser um dos melhores exemplos do seu estilo. Nele fica evidente a incrível capacidade de Rollins de desenvolver, com muita criatividade, os motivos musicais em seus solos, como é possível notar na música Blue 7.
Escute o disco completo aqui – Saxophone Colossus
The Dave Brubeck Quartet – Time Out (1959)
Time Out, como o próprio nome já indica, é sobre tempo. A grande inovação do quarteto do pianista Dave Brubeck nesse álbum foi quebrar o padrão do ritmo 4/4. Até então, esse era praticamente o único compasso utilizado no Jazz. Nesse disco, Brubeck introduz compassos como o 5/4 na famosíssima Take Five, 9/8 na também conhecida Blue Rondo à La Turk, entre outros. Isso foi considerado revolucionário na época e por isso esse álbum é importantíssimo na história do Jazz. O quarteto era formado por Paul Desmond (sax alto), Eugene Wright (baixo), Joe Morello (bateria) e Dave Brubeck (piano).
Clique para escutar o disco completo – Time Out
Miles Davis – Kind of blue (1959)
Kind of blues é considerado por muitos entendidos o maior disco de Jazz de todos os tempos. Não é para menos, começando pelo time de músicos que gravaram o disco. Além de Miles Davis no trompete e Bill Evans no piano, os dois gênios que conceberam o álbum, ainda temos ninguém menos que John Coltrane no sax tenor. Como se não bastasse, o grupo é completado por Julian “Cannonball” Adderley (sax alto), Paul Chambers (baixo) e Jimmy Cobb (bateria).
Entretanto, não é apenas a quantidade de lendas que gravaram o disco que fazem dele tão importante. Esse álbum é o definitivo começo do jazz modal. A música modal consiste na exploração de um modo (ou uma escala) e não a progressão de acordes. Sendo assim, por exemplo, uma das músicas mais conhecidas do álbum, So What, tem apenas 2 acordes (D menor 7 e Eb menor 7) .
Apesar do seu estilo radical e sua alta complexidade, o disco foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, vindo a se tornar o álbum de jazz mais vendido de todos os tempos! Após seu lançamento, o título do editorial do New York Times iria se chamar “O som do céu”. Esse você simplesmente não pode deixar de ouvir.
Escute aqui o “som do céu”, Kind of Blues
John Coltrane – A Love Supreme (1965)
John Coltrane é um mito da história do Jazz e em A Love Supreme ele atinge o seu ápice. O álbum, dividido em 4 partes (Acknowledgement, Resolution, Pursuance e Psalm), deixa evidente a influência religiosa na obra. Mas não é apenas uma religião que influencia Coltrane. Ele faz um verdadeiro sincretismo entre religiões africanas, indianas, cubanas e até o candomblé.
O quarteto do saxofonista era formado por McCoy Tyner (piano), Elvin Jones (bateria) e Jimmy Garrison (baixo). É possível observar uma grande influência da música indiana nesse álbum. Coltrane era grande apreciador da música desse país, e tinha uma séria admiração pelo músico e compositor indiano Ravi Shankar. Até nomeou seu filho em homenagem a Shankar. Em A Love Supreme, Acknowledgement pode ser considerado um verdadeiro mantra, girando em torno de 4 notas. O sax de Coltrane constrói belíssimas melodias modais em cima desse tema simples. Coisa de gênio.
Coltrane disse que A Love Supreme era um presente dele a Deus, mas por consequência ele acabou presenteando a todos nós com essa obra prima. Então aproveitemos!
Ouça o disco completo – A Love Supreme
Wayne Shorter – Speak no Evil (1966)
O sexto álbum do saxofonista Wayne Shorter se destaca pelas composições inovadoras e a performance entrosada do quinteto. O disco mistura elementos de hard bop e jazz modal. O quinteto era formado por Herbie Hancock (piano), Freddie Hubbard (trompete), Ron Carter (baixo) e Elvin Jones (bateria).
De acordo com Shorter, ele escreveu as músicas para esse álbum pensando em paisagens místicas, florestas estranhas e selvagens, locais onde as lendas acontecem. Os contos de fadas são uma grande inspiração como na faixa Fee-Fi-Fo-Fum, cujo nome vem de uma frase do gigante em João e o pé de Feijão. Entretanto, não são os contos de fadas felizes que inspiram Shorter e a maioria das músicas tem um tom escuro um pouco mais macabro. Sem dúvidas, uma experiência sonora muito interessante!
Esperamos que vocês tenham gostado da seleção dos 5 discos de Jazz. Comentem se concordam com a lista e que outros álbuns vocês acreditam que deveriam ter entrado na seleção.
Leia também:
Origens do Blues e do Jazz – Linguagens Entrelaçadas
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Nanda
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