Nascido em 1947, Realcino Lima Filho, começou a tocar profissionalmente aos 15 anos. Com 19 anos, mudou-se para São Paulo. Após a ida de Airto Moreira para os Estados Unidos, entrou para o “Quarteto Novo”, grupo importante na história da música instrumental brasileira, composto por Nenê, Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte e Theo de Barros.
Com Elis Regina, gravou o disco Falso Brilhante e participou de uma longa temporada desse show, um marco na música brasileira. Participou da turnê do disco Geraes, de Milton Nascimento, com quem gravou o Clube da Esquina 2 na década de 70. No final dessa década, voltou a trabalhar com Hermeto Pascoal e gravou dois discos: Zabumbê-Bum-A e Ao Vivo em Montreaux.
Juntamente com Egberto Gismonti, gravou dois discos: Em Família e Sanfona, este último pela gravadora europeia ECM, realizando inúmeros concertos pelo mundo com este grupo.
Depois da turnê europeia com Gismonti, Nenê mudou-se para Paris, onde passou a trabalhar com importantes músicos franceses, brasileiros e dinamarqueses. Na França, gravou Bugre, seu primeiro álbum, considerado um dos melhores do ano de 1983 pela revista francesa Jazz Hot. Deste disco participaram nomes como Mauro Senise, Nivaldo Ornelas, Cacau e Zeca Assumpção.
Ainda durante a década de 80, participou de turnês com Bob Moses, Kenny Wheller, Egberto Gismonti, Michel Portal, Charlie Haden, compôs e arranjou músicas para a Orquestra Nacional de Jazz da Dinamarca e integrou o grupo brasileiro “Pau Brasil”, no qual atuou como compositor, baterista e arranjador.
Gravou, no final da década de 90, dois discos próprios muito importantes: o álbum Suíte Curral D´el Rey e Porto dos Casais. O primeiro foi indicado ao Grammy na categoria Jazz Latino. Nenê escreveu ainda três métodos para bateria: “Brazilian Rhythms” (lançado na França), “Ritmos do Brasil” e “Bateria Brasileira no Século XXI”.
De 1983, ano de seu primeiro disco (Bugre), até hoje, Nenê já gravou 11 álbuns próprios. Em 2012, Nenê está lançando seu décimo segundo trabalho, INVERNO. Este novo projeto se apoia na larga experiência de Nenê ao longo de cinquenta anos de carreira. Dessa maneira, esses anos de atuação dedicados à música artística, não só no Brasil como no exterior, ao lado de músicos reconhecidos no cenário musical mundial, qualificam esse projeto que vem enriquecer a música instrumental do século XXI.
Nenê: Baterista, pianista, compositor e arranjador. Ao longo de sua carreira, integrou alguns dos mais importantes grupos dentro do cenário da música brasileira e internacional. Apresentou-se em vários festivais, teatros e jazz clubs no Brasil e no mundo. Escreveu três métodos e desenvolveu workshops por toda a Europa.
Sua importância na música instrumental brasileira se dá através da renovação e adaptação de elementos polirrítimicos a tradicionais ritmos brasileiros, além da sofisticação harmônica e composicional desenvolvida por esse músico extremamente criativo.